Li T'ai Po (ou Li Bai)

Li T'ai Po 
(701 - 762)
  

Li T'ai Po (ou Li Bai, Li Bo, Li Taibo) foi um poeta chinês. Conhecido como "poeta predestinado"ou "poeta imortal". Nasceu em 701 na província de Szechwan. Morreu em Tang-t'u Anhwei em 762.

Foi condenado à morte por mais de uma vez. Sua obra compõe-se de 24 livros divididos em doze cadernos. Ali, exorta a vida faustosa, que adorava viver: festas, luxo, exuberância, mulheres e vinho. Em seus versos, contudo, existe profunda tristeza, sentimento do vazio social e do mundo.

Embriagado, suicidou-se atirando-se ao rio Yang-tsé Kiang. Contam as lendas a seu respeito que, embriagado e fascinado com o reflexo da lua na água, ali pulou para beijá-la.

Sobre a sua poesia, nos diz a Wikipédia:

Mais de mil poemas são atribuídos a ele, mas a autenticidade de muitos deles é incerta. É mais conhecido por seus poemas fu yue e "shi", que são intensos e muitas vezes fantásticos. Está frequentemente associado com o taoísmo: existe um forte elemento desse em suas obras, tanto nos sentimentos que expressam como no seu tom espontâneo.

Assim como o gênio de Mozart, existem muitas lendas sobre o esforço com que Li Bai compunha sua poesia. Dizia-se que era capaz de compor a uma velocidade espantosa, sem correção. A grande quantidade era favorecida pela poesia shi de "forma antiga" (guti), devido à sua liberdade estilística, bem como a forma jueju (quadras de cinco ou sete caracteres), das quais ele compôs cerca de 160 poesias. O uso da linguagem por Li Bai impressiona pela sua imaginação extravagante e por comunicar sua personalidade de espírito livre diretamente com o leitor. Suas interações com a natureza, a amizade, o seu amor pelo vinho e sua aguçada observação sobre a vida são a base de seus melhores poemas. Alguns, como o Changgan xing (traduzido por Ezra Pound como The River Merchant's Wife: A Letter (A Esposa do Comerciante do Rio: Uma Carta), registra as dificuldades ou as emoções das pessoas comuns. Também escreveu poemas oblíquos alusivos às mulheres.

Em seus poemas, Li Bai tentou evitar o uso de palavras obscuras e referências históricas. Sua habilidade para criar o extraordinário fora do padrão era um dom incomum entre seus contemporâneos e foi provavelmente a razão pela qual ele foi considerado o "Deus do Poema". O fato de seu apelido chinês ser "詩仙" (shīxiān, que se traduz literalmente em transcendente/imortal da poesia) ajuda a comprovar isso. A espontaneidade de sua linguagem combinada com a extravagância de sua imaginação distinguiam Li Bai de qualquer outro poeta na história da China.

Um dos mais famosos poemas de Li Bai é Bebendo Sozinho ao Luar (月下獨酌, pinyin: Yuè Xià Dú Zhuó), um bom exemplo de alguns dos mais famosos aspectos de sua poesia - um poema espontâneo, cheio de imagens naturais e antropomorfismo.


Algumas poesias de Li T'ai Po:


Bebendo Sozinho com a Lua

De um pote de vinho entre as flores,
Bebo solitário. Ninguém me acompanha...
Até que, erguendo minha taça, pedi à lua brilhante
Para trazer-me minha sombra e para que fizéssemos três.
Ai de mim, a lua era incapaz de beber
E minha sombra me acompanhava despreocupada;
Mas ainda por um momento tive dois amigos
Para me alegrarem já no fim da primavera...
Cantei. A lua me encorajava.
Dancei. Minha sombra espojava-se no chão.
Tanto quanto me lembro fomos bons companheiros.
E depois fiquei bêbado e nos perdemos um do outro.
... A boa vontade deverá ser sempre mantida?
Fiquei olhando a longa estrada do Rio das Estrelas.

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A Dança dos Deuses

Pus toda a minha alma numa canção que cantei para os homens.
E os homens se riram!
Tomei meu alaúde, fui sentar-me no topo de uma montanha
E cantei para os deuses a canção que os homens não tinham entendido.
O sol baixava. Ao ritmo da minha canção, os Deuses dançaram
Nas nuvens encarnadas que flutuavam no céu.
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Diálogo na Montanha

Perguntais por que moro na verde montanha.
Intimamente sorrio, mas não posso responder.
As flores de pessegueiro são levadas pela água do rio...
Há outro céu e outra terra, para além do mundo dos homens.
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Ruínas de Su-Tai

Cresceram arbustos nas ruínas do palácio.
Hoje, a lua de Si-kiang é a única dançarina a bailar
Nas salas por onde deslizavam tantas mulheres formosas.
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Caracteres Eternos

Escrevo versos. Levanto a cabeça e vejo na minha janela
Bambus que se balançam. Fazem um ruído de fonte. O céu é azul.
Os caracteres que traço parecem brotos de ameixeiras
esparsos na neve.
O perfume das pequenas laranjas de Kiang-nam se evapora,
Se as guardardes por muito tempo nas mãos.
As rosas precisam de sol. As mulheres precisam de amor.
Os caracteres que traço não precisam senão do rumor dos bambus:
E são eternos! Eternos!

Algumas imagens:



Acima o único registro remanescente de próprio punho de Li T'ai Po.



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