Zo d'Axa

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(Alphonse Galland de la Pérouse)
(1864 - 1930)


Anarquista-individuaista, polemista e jornalista francês. Nasceu a 24 de maio de 1864, em Paris. Morreu a 30 de agosto de 1930, em Corniche, Marselha.

Agitador, panfletário temível e jornalista mordaz que, com seus pequenos jornais, causou sensação em 1897, lançando protestos e imprecações ideológicas, sobretudo acerca das eleições presidenciais francesas.

Filho de família burguesa e afortunada, com um pai engenheiro em Paris e sólida educação obtida no Lycée Capital e Saint-Cyr, aos dezessete anos resolveu seguir carreira militar, mas, percebendo sua total ojeriza à autoridade e dirigismos marciais, desertou.

Perseguido, refugiou-se na Bélgica, na Suíça e por último na Itália, onde manteve seus primeiros contatos com grupos anárquico-radicais, passando a se utilizar do codinome Zo D'Axa, que em grego significa mais ou menos "eu vivo mordaz".

Anistiado em 1889, voltou à França e, sedento de justiça social, fundou o jornal L'En Dehors (Por fora), que teve 91 edições, de 1891 a 1893. Ali, acompanhado de um punhado de colaboradores e excelentes artistas plásticos, publicou apaixonados artigos inconformistas, anti-autoritários, antimilitaristas e anticlericais.

Essa postura libertária acabou lhe trazendo muitos problemas com a justiça, que o perseguiu com tenacidade. Em 1892, fugiu para a Inglaterra, Holanda e Itália, de onde foi expulso. Acabou na Grécia e na Turquia, fixando-se em Jaffa, amargando ali uma pena de dezoito meses de cadeia como prisioneiro político.

Em 1895, publicou o livro: "De Mazas à Jérusalem" que continha seus relatos e afinal obteve grande êxito.

Após breve temporada de sucesso, montou outro jornal, "La Feuille" (A Folha), tão virulento quanto o primeiro, tendo 25 edições, de 1897 a 1899, continuando suas campanhas contra as injustiças da época, sobre os presídios infantis, pela revanche dos mendigos, contra as asneiras da política, a venalidade da imprensa, em favor do aborto, pelo amor livre e a descriminalização do homossexualismo.

Durante as polêmicas nacionalistas envolvendo o "caso Dreyfus" (1894) por suportas espionagens pró-germânicas, colaborou no jornal "Le Cocarde" (O distintivo), publicando ainda o livro "Culte du Moi" (Culto de mim mesmo) e saindo da França, perambulou uma vida errante e venturosa nas Américas, China, Japão, Índias e África.

Tendo uma fi lha com quem não manteve contatos (Béatrice Arnac) e regressando, manteve-se num rigoroso mutismo, publicando suas últimas opiniões no "Le Journal du Peuple" (O Jornal do Povo), de primeiro de agosto de 1921.

Em agosto de 1930, aos 66 anos e dignamente isolado em sua propriedade marselhesa, suicidou-se, injetando em si próprio grande dose de morfina. Outra versão, porém, dá conta de que o anarquista tenha se matado em sua casa de Corniche, dando um tiro na cabeça e defronte a um espelho.


Galeria de imagens:








Fotos de sua filha, a atriz e compositora Béatrice Arnac:





Seu site oficial: http://www.beatrice-arnac.com/

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Link recomendado sobre Zo d'Axa:

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