Frantisek Kotzwara

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(1730 - 1791).


Compositor e instrumentista tcheco. Nasceu em 1730, em Praga. Morreu a 2 de setembro de 1791, em Londres.

Compositor que só se tornou conhecido por poucos no século XIX, perambulou pela Europa estabelecendo-se em Dublin, na Irlanda. Com dificuldades em se manter como músico, transferiu-se para Londres. Ali, compôs sua mais conhecida obra o trio para piano: The battle of Prague (A batalha de Praga). Além desta, conhecem-se também The pleasant surprise (A agradável surpresa) e outras para câmara e teclado, como The lovers' petition (A petição dos amantes), de 1777.

Com o agravamento da crise financeira no reino de Jorge III (1738 - 1820) em função dos levantes coloniais na América e na Índia, mais o clima revolucionário existente na França, as dificuldades profissionais aumentaram, trazendo miséria e desemprego, sobretudo a artistas estrangeiros como Kotzwara, conhecido pelo talento, mas afamado por suas exóticas taras sexuais. Assim, em total penúria e quase passando fome, resolveu se suicidar aos 61 anos, enforcando-se na maçaneta de um bordel de Vine Street, Londres.

Não se sabe com certeza se o boêmio compositor quis mesmo findar com sua vida ou se foi um acidente durante a asfixia erótica. Na noite de sua morte, Frantisek contratou uma prostituta de nome Susannah Hill e pediu para que ela o castrasse. Após a negativa o baixista colocou uma corda ao redor do pescoço, amarrou na maçaneta da porta, deitou-se e assim ficou durante todo o ato. Pouco depois ele já estava morto. 

Ainda que possa parecer um acidente, ao relevarmos a sua situação miserável e o seu inusitado pedido de castração, podemos considerar o seu intento de findar com a própria vida. 

Imagem:



Guilherme Santa-Rita

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(Santa-Rita Pintor)

(1889 - 1918)


Artista plástico português nascido em Lisboa. Irmão do escritor e dramaturgo Augusto de Santa-Rita (1888 - 1956), pouco se sabe deste artista moderno muito influenciado por Pablo Picasso (1881 - 1973) e adepto do cubismo. Junto com outros intelectuais da época, como Fernando Pessoa (1888 - 1935), Mário de Sá-Carneiro (1890 - 1916) e Almada Negreiros (1893 - 1970), fundou a revista Orfeu, que teria papel fundamental na renovação da moderna literatura portuguesa. Era tido como o maior humorista de seu tempo e suas blagues tornaram-se famosas.

Viveu em Paris, mantendo contato com artistas ligados ao futurismo, cubismo e o dadaísmo. Suicidou-se no Estoril em 1918, com um tiro na cabeça. Como era de seu desejo, a família destruiu a maior parte de sua obra, resistiram somente: Cabeça e Orfeu no Inferno (este de coleção particular não existe reprodução). 

Obra:
"Cabeça", 1910.

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Geza Róheim

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Antropólogo e psicanalista húngaro. Nasceu em 1891, em Budapeste. Morreu a 7 de junho de 1953, em Nova York. Oriundo de uma família de comerciantes judeus abastados, após infância e juventude felizes, concluiu estudos clássicos em Leipzig e obteve doutoramento em Berlim. A seguir, conheceu e se interessou pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, utilizando-se dos conceitos do complexo de Édipo para suas primeiras publicações de 1911. Retornando a Budapeste, ingressou no Departamento de Etnologia do Museu Magiar Nemzeti. A seguir, foi analizado por Sandor Ferenczi (1873 - 1933) e depois por Wilma Kovacs (1882 - 1940), iniciando-se como psicanalista a partir de 1917, quando iniciou a publicação de seu primeiro tratado: "A morte dos pais primitivos".

Apesar da inabalável admiração por Freud - com quem se encontraria em 1918 - seu livro inicial, Totemismo australiano (1925), não aderia às teses do mestre, enunciadas em Totem e Tabu (1913), inspirando-se principalmente em Melanie Klein (1882 - 1960) sobre as relações existentes entre a criança e a mãe.

Avesso às ortodoxias, porém, tornou-se independente. Ao publicar Totemismo australiano (1925), abstinha-se de antigos conceitos de Bronislaw Malinovski (1884 - 1942) e do próprio Freud. Assim, graças a uma subvenção de Marie Bonaparte (1882 - 1962), iniciou em 1928 suas grandes investigações de campo, viajando à Melanésia. Lá, após estada em Aden e Djibuti, passou nove meses entre os aborígenes de Sipupu, nas ilhas d'Entrecasteaux, costa da Nova Guiné, onde viveu tempos de feliz adaptação. De regresso, atravessou os Estados Unidos e deteve-se na Califórnia, colhendo ali material com os índios ayumas, sobre os quais lhe renderia o livro "Psicanálise dos tipos culturais primitivos", publico em 1932.

Lecionou psicanálise e antropologia no Instituto de Psicanálise de Budapeste, porém, com o surgimento da ameaça nazista e a iminência de nova guerra, em 1938 migrou para os EUA com a mulher e se ligou ao Hospital Estadual de Worcester, Massachusetts, exercendo as funções de analista. De lá, foi para Nova York, analisando pacientes particulares.

Bon vivant, apreciador dos prazeres do álcool e da gastronomia, amava a leitura e atividades físicas. Sua obra, escrita em três línguas, compreende cerca de doze livros e mais de 150 publicações acadêmicas. Seus últimos trabalhos incluem "Psicanálise e antropologia" (1950); "Os portais do sonho e Magia e esquizofrenia", publicados postumamente (1955).

Ao enviuvar em 1953 com 62 anos e não suportando a falta da mulher, Llonka, com quem conviveu por quase toda a vida, após sofrer pequena intervenção cirúrgica, redigiu instruções para que seu caixão fosse coberto com a bandeira húngara, recomendou que o historiador judeu Raphael Patai (1910 - 1996) pronunciasse a oração fúnebre e se suicidou, deixando-se morrer de inanição.

Fotos:


G. Róheim e sua esposa.


 http://livrariautopia.blogspot.com.br/2012/05/psicanalise-e-sociedade.html


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http://geza.roheim.pagesperso-orange.fr/html/roheim.htm